Na busca de aprimorar suas operações, empresas muitas vezes contratam consultorias especializadas para ajudá-las a implementar novas ferramentas, ajustar processos, digitalizar vendas, etc. Não é pouco comum que a consultoria contratada identifique após um diagnóstico que aquele escopo inicial é menos prioritário do que se imaginava, muitas vezes a própria consultoria identifica que deveriam ser implementados outros projetos que precederiam o escopo contratado (um exemplo grosseiro seria: contratamos um pintor que identifica que existem algumas infiltrações de água no imóvel que precisaria ser resolvidos antes da pintura). Em muitos casos a consultoria apresenta aos gestores da empresa a necessidade de mudar o escopo, porém, o que seria simples no nosso exemplo para o dono do imóvel contratar um encanador, no caso dos executivos da empresa esta mudança pode ser muito mais difícil até porque a avaliação de um projeto é mais complexa pois existem muito mais variáveis. Além disso, o simples fato do projeto inicial já ter sido validado pelo alto escalão, coloca nos gestores encarregados de sua implantação um peso que pode dificultar uma análise mais profunda e racional, levando a uma avaliação e decisão enviesada.
A Neurociência vem demonstrando que nosso cérebro é bem menos racional do que imaginamos, Daniel Kahneman, psicólogo, prêmio nobel de economia, em seu livro “Rápido e Devagar 2 formas de pensar” explica o fenômeno WYSIATI (What you see is all there is) ou seja, nosso cérebro só lida com questões que enxerga e tudo que está fora de sua visão literalmente não existe e não faz parte do processo decisório. Outro exemplo: uma decisão equivocada em seguir com um projeto pode ser praticamente impossível de ser revertida, mesmo que após um investimento inicial o projeto performar aquém do esperado (aqui temos o que chamamos de falácia do custo perdido onde continuamos investindo em algo simplesmente porque já começamos e admitir o erro é difícil e doloroso). A dissonância cognitiva (nome dado ao viés que leva as pessoas a procurarem algum tipo de coerência em suas crenças e ideologias, embora a realidade as desminta com fatos) acontece a todo momento, e em grau elevado coloca toda a equipe limitada às informações que convêm às circunstâncias.
São inúmeros os exemplos de decisões equivocadas que geram prejuízos às empresas. Em muitos casos esta situação é decorrente de executivos que superestimam suas capacidades de compreensão e decisão (muitas vezes por puro desconhecimento) e aqui creio que seja a grande oportunidade que quero provocar com este artigo: se conseguirmos fazer com que nossos colaboradores conheçam melhor o funcionamento de seu cérebro, será que não o usariam melhor no trabalho? Se conhecêssemos melhor nossos vieses não tomaríamos melhores decisões?
O mundo digital vem abrindo uma grande oportunidade para que nossas empresas ganhem eficiência gerando melhores resultados, produtos e serviços. Por outro lado a Neurociência tem aberto nossos olhos na compreensão de nosso cérebro que ainda é o decisor mais presente em nossas organizações: unir essas forças de forma equilibrada é nosso desafio.
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